Tristezas de estimação

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#6 Conversas de estimação: Nathan Matos
Conversas de Estimação

#6 Conversas de estimação: Nathan Matos

Editor da Moinhos fala sobre o mercado

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Fabiane Guimarães
May 22, 2025
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#6 Conversas de estimação: Nathan Matos
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O editor Nathan Matos é uma cara conhecida do mercado editorial: sempre preciso e honesto em suas observações sobre a cena literária, ele é o editor da Moinhos, pequena editora que vem fazendo um trabalho excelente ao publicar autores nacionais e latino-americanos. Com sua enorme experiência, Nathan teve a gentileza de responder algumas perguntinhas para a gente, falando sobre o catálogo e detalhando os motivos pelos quais não publica tantos brasileiros quanto gostaria. Confira.

Nathan, a Moinhos é responsável por publicar várias autoras latino-americanas sensacionais, como María Fernanda Ampuero, Dolores Reyes e Jazmina Barrera. Como foi seu primeiro contato com essas autoras, por que decidiu investir nas traduções do espanhol e como se sente hoje, com a crescente popularidade delas no Brasil?

A minha decisão, desde que comecei a entrar no mercado editorial, era a de publicar no Brasil obras de autores e autoras estrangeiras que não estavam por aqui, com o intuito de chamar atenção do público, mas também para que vissem a nossa literatura nacional; sempre acreditei neste equilíbrio, de inserir nomes importantes com nomes ainda desconhecidos para que as pessoas pudessem ter uma ideia do que publicávamos. No entanto, as obras de autoras, principalmente latino-americanas, começaram a fazer mais sentido pra mim porque, primeiro, tenho amplo interesse em compreender mais sobre a América Latina; nada mais justo então, voltar os olhos para cá. Depois, em meio as obras que lia, comecei a perceber que as histórias contadas por autoras estavam me chamando mais atenção porque saíam do lugar comum. A originalidade é complexa de atingir, mas produzir algo que tire os leitores e leitoras da zona de conforto ainda é possível. Portanto, a partir de um objetivo pessoal, desdobrado na curadoria da editora, e também das experiências que vivi visitando outros centros e conversando com outras pessoas, editoras e agentes de outros países, eu pude chegar a diversos nomes. Sem esquecer, claro, a pesquisa que sempre realizei e realizo, a lista é sempre imensa. E fui observando que parte do público da Moinhos se identificava com isso, por isso fui encaminhando mais também para a leitura de obras latino-americanas e que acreditava que era possível de chegarem aqui. Sempre tive pessoas ao meu lado que contribuíram com um diálogo importante para a construção do catálogo, fossem as tradutoras desses livros, como Silvia Massimini Felix ou Ellen Vasconcelos, fossem amigos da vida e autores que já publiquei, como Marco Severo.

Você fez um vídeo recentemente comentando um pouco sobre as dificuldades que existem em publicar autores nacionais. Qual a grande barreira, os livros de autores brasileiros não vendem ou agradam tanto? Por que motivo você acha que isso acontece?

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