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Há uns dias, a escritora Vanessa Barbara deu uma entrevista para O Globo na qual fala sobre seu novo livro, Três camadas de noite e as dificuldades que tem para se promover, sendo ela uma pessoa extremamente tímida. Amo a Vanessa e não é de hoje, inclusive recomendo esse romance a deus e o mundo, foi uma das melhores leituras do ano até agora. Adorei o chega para lá que ela deu no repórter ao ser questionada sobre seu “sumiço” na literatura. Cansada das redes sociais, como todos nós estamos, a Vanessa disse ter a impressão de que se autopromover é mais importante do que escrever. Compreendo o sentimento, mas discordo um pouco dela nesse sentido.
Como já escrevi aqui antes, não acho que os escritores “precisem” ser influencers. Acho que essa é uma pressão muito mais interna do que externa. Claro, é mesmo essencial que os autores tenham uma presença online, principalmente se estão longe dos grandes centros. Isso é muito diferente de ter que virar um guru do marketing de conteúdo do dia para noite, e ser obrigado a mandar umas dancinhas no Tiktok. Eu já senti que precisava fazer isso, e na época em que lancei o Apague a luz se for chorar fiz incontáveis vídeos para promover o livro. Alguns deles chegaram a viralizar. Isso ajudou o vender o romance, torná-lo conhecido? Respondendo com sinceridade: não muito. Vender livros é uma alquimia complicada que não responde necessariamente aos números das redes sociais. Há coisas que ajudam muito mais, como parcerias com bookinfluencers (os verdadeiros), diálogos diretos com livreiros e pequenas livrarias, participação em clubes de livro e, obviamente, o marketing da própria editora. O que, convenhamos, muitas casas editoriais deixam de fazer.
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