Eu sou viciada em ler sinopses. De filme, de livro, tanto faz. Leio as descrições não só para decidir se me interessa, como também avaliar o grau de originalidade do trabalho. Como viciada em sinopses, detesto aquelas que não dizem nada. Tenho vontade de bater a cabeça na parede quando me interesso por um romance, por exemplo, e só encontro nos textos de aparato insinuações vagas de que se trata de um “trabalho magistral” que capta a “essência humana” e derivados abstratos assim. Tenho essa opinião forte de que apenas os clássicos – os livros vistos e revistos pelo tempo – prescindem de uma sinopse, se for o caso. Todo o resto deve dizer a que veio, de preferência na quarta capa. Os leitores agradecem.
A questão é que para nós, escritores, escrever sinopses costuma ser a parte mais difícil, o que torna tudo muito dramático, já que também é a mais importante. Ao apresentar um original a um editor, uma boa sinopse pode fazer a diferença na hora de decidir se o material será avaliado ou não. Sinopses bem escritas e atraentes não são um chamariz apenas para leitores. Quem está à caça de novos autores costuma também começar por elas. Autor que sabe fabricar o gancho se dá bem.
Ao longo dos meus anos de portas na cara, acabei desenvolvendo uma espécie de modelo de sinopse, que gostaria de compartilhar aqui. É claro que não vai se aplicar a todos os casos ou que vai resolver 100% dos problemas de síntese, mas acho que ajuda muito a dar um norte quando olhamos para a história que escrevemos e não sabemos nem por onde começar a resumir a treta. Elaborei o modelo a partir das várias sinopses que já fiz, tanto dos meus trabalhos, quanto de livros nos quais trabalhei como editora freelance ou leitora crítica. Espero que ajude algum dos meus ilustres assinantes pagos.
Vamos lá.
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