aaah fabi, eu na minha ânsia de iniciante te leio sempre como quem vê à frente na estrada uma figura maior, e paciente, que vai iluminando os buracos 💌
que legal esse texto, Fabiane. Barthes ja dizia em "A preparaçao do romance" que é o texto que vai se escrevendo sozinho, e o autor é apenas o veiculo pelo qual o texto nasce. deve ser muito interessante ver que durante a leitura de nossos textos muitas outras discussoes que nem imaginavamos vqo surgindo :)
Eu tenho pensado muito nisso ultimamente, sobre como não nos tornarmos reféns do nosso eu consciente, que analisa com lupa tudo aquilo que escrevemos. Rosa Montero fala um pouco sobre isso. Tenho uma cabeça muito racional e lógica, então é um processo difícil me soltar e confiar na intuição, mas fazer isso aos poucos tem tornado o próprio ato de escrever mais prazeroso.
Esse é um dos meus principais problemas na hora de escrever algo em contraposição ao falar algo. O verbal é mais rápido: vem da intuição e já o coloco para fora. O escrever é o oposto. Por ser mais lento, te dá tempo de refletir sobre o que está escrevendo, e esse tempo é perigoso pois contrapõe o impulso e te leva para o campo da dúvida, daí para excluir o que escreveu são dois passos.
Eu sempre leio suas newsletters pelo email. Como escritor é uma forma de entender como pensam meus pares, e no seu caso, tb o mercado, por trazer elementos dele. Dessa vez, achei tão interessante pq parece uma nova vc. Obviamente carregamos técnicas, aprendizados. Não só da academia como da nossa prática. As vezes temos q desgarrar de algumas coisas q dizemos hábitos ou o que somos. E nesse afrouxar de fibras surge essas novas versões da gente, q nos ensinam algo, ou revelam algo, e até mesmo, põe algo na mesa que nunca vamos entender. Ontem li um poema da Mary Oliver, “mistery, yes” (dei uma bela chorada (mesmo sem entender)) e hoje leio esse seu texto que tem tanto a ver com ele. Vivamos o mistério 💜 e boa jornada com as filhotas
"Não quero fazer livros importantes. Quero escrever histórias." cara, é isso! mto bom a gente poder se reconhecer numa verdade assim, enunciada com tanta clareza e simplicidade. fazer um quadrinho com ela pra colocar minha biblioteca
Tenho testado a escrita mais solta, mas por enquanto ela só opera nessa mistura de obsessão e memória que você cita. O pulo para a ficção pura ainda está sendo ensaiado. Na novela que escrevi ainda vejo muita preocupação jornalística com a narrativa completa.
Eu tava pensando sobre isso hoje… fazia tempos que não escrevia ficção e fiquei surpresa ao ver como as coisas vão chegando, personalidade de cada personagem… se você só ficar ali em estado meditativo e permitir que cada uma das coisas surjam através da intuição, flui um processo em que você é apenas um canal. Eu acho bonito.
Tem uma coisa muito especial na sua escrita: essa capacidade de entender a gente e de deixar claro que nos entende! Como escritor iniciante, tenho estudado muito e mergulhado de cabeça na técnica e na parte racional do trabalho. Isso tem sido muito importante pra mim. Por outro lado, o que realmente me move lá no âmago é exatamente esse impulso incontrolável e prazeroso de não querer fazer livros importantes, e sim escrever histórias! Obrigado por iluminar o caminho!
"Às vezes a coisa voa quando você solta a mão e deixa o inconsciente trabalhar um pouco. Todos os dias rezo para encontrar ouro por puro acaso. Meu jeito de aumentar as probabilidades é escrevendo."
Fabi, sempre muito valiosas as suas reflexões! Principalmente, para alguém como eu, ainda no início dessa jornada de escrita. Que bom que você compartilha tanto com a gente <3
Adorei que você gosta de criar personagens idiotas! Nem todo heroi é perfeito, a gente não é, e quer coisa melhor do que se reconhecer na literatura? E bem legal essa curiosidade sobre o Renato Russo, não sabia que ele criava entrevistas antes de ser famoso. Me lembrou que quando comecei a escrever minha tese eu escrevi primeiro os agradecimentos, como se já tivesse terminado a escrita. Não foi nenhuma estratégia, foi só um exercício de imaginação, porque eu estava com dificuldade de colocar aquilo tudo no papel. E deu certo, o texto de agradecimento entrou na íntegra na versão final.
Nas oficinas de escrita que dou sempre passo um exercício que é: imagine a pessoa mais detestável do mundo. Agora escreva um texto em primeira pessoa na voz dela. Ótimo para praticar
aaah fabi, eu na minha ânsia de iniciante te leio sempre como quem vê à frente na estrada uma figura maior, e paciente, que vai iluminando os buracos 💌
Aqui é macaca velha, mas ainda vou te ver voando
que legal esse texto, Fabiane. Barthes ja dizia em "A preparaçao do romance" que é o texto que vai se escrevendo sozinho, e o autor é apenas o veiculo pelo qual o texto nasce. deve ser muito interessante ver que durante a leitura de nossos textos muitas outras discussoes que nem imaginavamos vqo surgindo :)
Se eu fosse uma pessoa mais estudiosa eu faria um trabalho mais sólido sobre isso! É bem assim mesmo
Amo quando dão dignidade ao inconsciente 😮💨
Dignidade ao inconsciente é o movimento social que precisamos em 2025
Eu tenho pensado muito nisso ultimamente, sobre como não nos tornarmos reféns do nosso eu consciente, que analisa com lupa tudo aquilo que escrevemos. Rosa Montero fala um pouco sobre isso. Tenho uma cabeça muito racional e lógica, então é um processo difícil me soltar e confiar na intuição, mas fazer isso aos poucos tem tornado o próprio ato de escrever mais prazeroso.
É tipo aprender a boiar, requer prática
Esse é um dos meus principais problemas na hora de escrever algo em contraposição ao falar algo. O verbal é mais rápido: vem da intuição e já o coloco para fora. O escrever é o oposto. Por ser mais lento, te dá tempo de refletir sobre o que está escrevendo, e esse tempo é perigoso pois contrapõe o impulso e te leva para o campo da dúvida, daí para excluir o que escreveu são dois passos.
Eu sempre leio suas newsletters pelo email. Como escritor é uma forma de entender como pensam meus pares, e no seu caso, tb o mercado, por trazer elementos dele. Dessa vez, achei tão interessante pq parece uma nova vc. Obviamente carregamos técnicas, aprendizados. Não só da academia como da nossa prática. As vezes temos q desgarrar de algumas coisas q dizemos hábitos ou o que somos. E nesse afrouxar de fibras surge essas novas versões da gente, q nos ensinam algo, ou revelam algo, e até mesmo, põe algo na mesa que nunca vamos entender. Ontem li um poema da Mary Oliver, “mistery, yes” (dei uma bela chorada (mesmo sem entender)) e hoje leio esse seu texto que tem tanto a ver com ele. Vivamos o mistério 💜 e boa jornada com as filhotas
Gael, você não está muito longe da verdade não, de fato sou outra pessoa
E obrigada pelo comentário!!!
É sobre isso: deixar o inconsciente operar e se preocupar apenas em viver a história.
Igual a vida, né?
"Não quero fazer livros importantes. Quero escrever histórias." cara, é isso! mto bom a gente poder se reconhecer numa verdade assim, enunciada com tanta clareza e simplicidade. fazer um quadrinho com ela pra colocar minha biblioteca
Fabi, esse seu texto foi um abraço. Obrigada.
Tenho testado a escrita mais solta, mas por enquanto ela só opera nessa mistura de obsessão e memória que você cita. O pulo para a ficção pura ainda está sendo ensaiado. Na novela que escrevi ainda vejo muita preocupação jornalística com a narrativa completa.
Tem que amolecer isso aí, homem. Coloca o lado jornalístico de molho
Passou da hora 😜
Eu tava pensando sobre isso hoje… fazia tempos que não escrevia ficção e fiquei surpresa ao ver como as coisas vão chegando, personalidade de cada personagem… se você só ficar ali em estado meditativo e permitir que cada uma das coisas surjam através da intuição, flui um processo em que você é apenas um canal. Eu acho bonito.
Eu chamo de psicografia do próprio espírito rsrs
Isso mesmo hahaha
Tem uma coisa muito especial na sua escrita: essa capacidade de entender a gente e de deixar claro que nos entende! Como escritor iniciante, tenho estudado muito e mergulhado de cabeça na técnica e na parte racional do trabalho. Isso tem sido muito importante pra mim. Por outro lado, o que realmente me move lá no âmago é exatamente esse impulso incontrolável e prazeroso de não querer fazer livros importantes, e sim escrever histórias! Obrigado por iluminar o caminho!
Eu que agradeço você por ler e iluminar meu dia!
"Às vezes a coisa voa quando você solta a mão e deixa o inconsciente trabalhar um pouco. Todos os dias rezo para encontrar ouro por puro acaso. Meu jeito de aumentar as probabilidades é escrevendo."
Nossa, é sobre isso. <3
Solta a mão que dá bom!!
Estou tentando hahaha
Fabi, sempre muito valiosas as suas reflexões! Principalmente, para alguém como eu, ainda no início dessa jornada de escrita. Que bom que você compartilha tanto com a gente <3
Eu que agradeço você continuar aqui, Dani
voto com a relatora: deixar espaço para o inconsciente operar e abandonar grandes pretensões que só empolam os textos.
Amém! Obrigada pela leitura Pedro!!
Adorei que você gosta de criar personagens idiotas! Nem todo heroi é perfeito, a gente não é, e quer coisa melhor do que se reconhecer na literatura? E bem legal essa curiosidade sobre o Renato Russo, não sabia que ele criava entrevistas antes de ser famoso. Me lembrou que quando comecei a escrever minha tese eu escrevi primeiro os agradecimentos, como se já tivesse terminado a escrita. Não foi nenhuma estratégia, foi só um exercício de imaginação, porque eu estava com dificuldade de colocar aquilo tudo no papel. E deu certo, o texto de agradecimento entrou na íntegra na versão final.
Nas oficinas de escrita que dou sempre passo um exercício que é: imagine a pessoa mais detestável do mundo. Agora escreva um texto em primeira pessoa na voz dela. Ótimo para praticar