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Eu admiro muito quem cria um romance ficcional. Cheguei na escrita pelo texto autobiográfico e ainda não sinto que consiga criar algo assim, totalmente inédito. Mas vejo que como consumidora de ficção, busco histórias que tem os dois pés na realidade. Sinto muito mais vontade de ler histórias que deem essa sensação de que poderia ser real. Acho que é trauma dos filmes da Disney, mas vejo que tem produções maravilhosas que passam um tom realista que, mesmo sendo intensas e tristes muitas vezes, me fazem me sentir humana e normal.

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E não tem absolutamente nada de errado com isso. Autobiográfico também é legal. Mas mesmo algumas histórias que parecem profundamente reais talvez sejam, na verdade, pura ficção (e acho isso muito divertido).

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Fabiane, que edição maravilhosa! Deu vontade de sair grifando as frases que nem faço nos meus livros, sabe rs. Olha, eu também sinto que a literatura brasileira contemporânea tá precisando mergulhar mais na ficção... li alguns livros que me pareceram quase panfletários, do tipo “vamos descrever a realidade atual, pois temos que dar o nosso recado”. Sei lá... gosto de livros que têm algo a dizer e gosto disso de traduzir a experiência humana, mas é o como se faz. Eu, escritora de crônicas que sou, amo uma boa ficção! Aproveito pra lhe desejar um parto com saúde e tranquilidade... e um puerpério de força, resistência e gentileza consigo mesma! Bjs

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Um salve à ficção! E boa sorte no seu puerpério!

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Eu tenho muita dificuldade de escrever sobre minhas experiências, prefiro a ficção. No entanto, gosto de as vezes partir para o texto autobiografico, mas não é algo constante. Tento quebrar essa parede da autobiografia, pensando agora pode ser medo do julgamento alheio. Isso me ocorreu depois de ler o texto do Guedes se não me engano " sou péssimo com nomes" " papo de raposa" que me fez chegar a essa conclusão.

Tento é que ainda não consegui colocar meus textos numa newsletter. Um abraço e fique bem.

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O mordomo de Vestígios do Dia não servia a um oficial nazista, e sim a um aristocrata inglês.

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Nossa, bem lembrado!! Acho que misturei com a trama de As Benevolentes. Vou corrigir no texto, obrigada!

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reflexões preciosas :)

eu sempre escrevi fantasia, ficção científica e horror, gosto de criar umas loucuradas... quando comecei minha newsletter fiz esse movimento de me voltar para dentro para escrever ensaios pessoais, autoficcionalizar acontecimentos e posições. os efeitos disso tem aparecido exatamente nos trabalhos de ficção. são movimentos criativos diferentes para mim, mas profundamente complementares.

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Acredito que para muitos autores, principalmente no início da carreira, a autoficção é uma forma mais "confortável" de escrever, porque, quando escrevemos a partir de nossas próprias experiências, a história já está pronta, bastando apenas selecionar os momentos mais relevantes. Entretanto, como cada um de nós só vive uma vida (sei que isso não é um consenso), acredito que as opções criativas ficam um pouco limitadas. Por outro lado, o que seria da ficção especulativa, e das infinitas possibilidades que ela nos apresenta, se nos ativéssemos apenas às nossas experiências concretas? Há um campo tão vasto de alegorias e analogias possíveis, que podem, sim, serem inspiradas no mundo que nos cerca (quanta crítica social e realismo há em obras clássicas da ficção científica, como "Admirável Mundo Novo" e "1984") ou mesmo em experiências pessoais nossas, sem que para isso precisemos nos desnudarmos em nosso texto.

Desejo-te uma boa hora (é assim que os antigos falavam).

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Eu fico muito abismada com essa percepção dos leitores de que as coisas imaginadas são uma literatura menor do que as coisas reais. Ontem mesmo estava conversando com um grupo de amigas, e disse que eu tenho dificuldade em ler não-ficção. Uma das moças simplesmente travou. "Ai, como é que era o nome daquilo mesmo? Que tem as histórias inventadas?" Eu tive que explicar o que era ficção, ficção especulativa e fanfic, e explicar que Dom Casmurro é ficção, e que filminhos legais onde o mundo é essencialmente normal tirando uma circunstância inexplicada (Se eu fosse você, Sexta-feira muito louca, About time, etc) são ficção especulativa tanto quanto Harry Potter. Não consegui desenvolver a conversa até o ponto de explicar que a ficção "mais viajada" também expressa verdades e sentimentos e preocupações reais, mas tenho esperança que essa oportunidade vai surgir.

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