eu amei tanto ler isso. a única coisa que eu não compartilho é o amor pela Rooney, mas eu entendo totalmente porque ela conquista e respeito-a muito por isso.
"No geral, sou defensora da sofisticação mais engenhosa de todas: a arte milenar de se comunicar com as palavras do nosso tempo. Livros que te agarram pela garganta sem necessariamente realizar estripulias poéticas. Narrativas simples, até tradicionais, que contam histórias de pessoas vivendo histórias, e geram muitas horas de entretenimento com reflexão. "
Exatamente a sensação que tive quando li seu Monstro. Em 1 ou 2 capítulos ja se percebe isso. E é o que valorizo desde muito antes de decidir escrever, quando minha paixão era apenas cinema: o que tem de profundo no cinema de Christian Petzold ou Aki Kaurismaki que não tem no de Shyamalan ou Tarantino? Será que não é só preguiça de ler "direito" o que é pop? Se eu tinha uma missão pra mim mesmo, enquanto escrevia meu Verde Gás, era isso. Escrever o que eu queria ler, o que qualquer um pode entender e o que qualquer um pode se divertir/emocionar.
Assim como vc disse que não vê problema em quem quer escrever a prosa poética mais experimental possível, também não vejo problema em quem deseja ser o esteta estudioso do mais obscuro parágrafo de Faulkner ou Guimarães Rosa. Meu problema é com quem acha que só isso é arte "de valor" ou "alta literatura".
Manto da noite mexeu tanto comigo. tb não entendi, mas senti tanto que desenterrou de mim que sempre quis escrever. e olha que nem cogitei ser tão gênia como saavedra. acho que o texto dela só descolou a vontade e emergiu.
Texto maravilhoso, como sempre, Fabi! Eu sempre percebi que as obras que mais me cativam e mais me surpreendem são as que não recorrem a essas estripulias todas e conseguem fazer maravilhas com as nossas palavras de sempre, sem precisar de dicionário pra descobrir o que a pessoa quis dizer. Normalmente as frases que eu sublinho (não são muitas) são compostas por palavras comuns em uma ordem incomum, ou só belamente escolhidas. É preciso ser excelente escritor pra conseguir fazer isso, e você transmitiu essa ideia belamente, também ;)
eu amei tanto ler isso. a única coisa que eu não compartilho é o amor pela Rooney, mas eu entendo totalmente porque ela conquista e respeito-a muito por isso.
teus textos tem chegado na inbox como oásis <3
acabei de me tocar que não sei escrever oasis haha
Obrigada por esse texto e pela menção. Vou sentar pra ler o texto novo da Rooney, porque ainda não deu tempo. 😘
'' diga a coisa como ela é '' conselho que a Ferrante ouviu, entendeu e pos em pratica !
"No geral, sou defensora da sofisticação mais engenhosa de todas: a arte milenar de se comunicar com as palavras do nosso tempo. Livros que te agarram pela garganta sem necessariamente realizar estripulias poéticas. Narrativas simples, até tradicionais, que contam histórias de pessoas vivendo histórias, e geram muitas horas de entretenimento com reflexão. "
Exatamente a sensação que tive quando li seu Monstro. Em 1 ou 2 capítulos ja se percebe isso. E é o que valorizo desde muito antes de decidir escrever, quando minha paixão era apenas cinema: o que tem de profundo no cinema de Christian Petzold ou Aki Kaurismaki que não tem no de Shyamalan ou Tarantino? Será que não é só preguiça de ler "direito" o que é pop? Se eu tinha uma missão pra mim mesmo, enquanto escrevia meu Verde Gás, era isso. Escrever o que eu queria ler, o que qualquer um pode entender e o que qualquer um pode se divertir/emocionar.
Assim como vc disse que não vê problema em quem quer escrever a prosa poética mais experimental possível, também não vejo problema em quem deseja ser o esteta estudioso do mais obscuro parágrafo de Faulkner ou Guimarães Rosa. Meu problema é com quem acha que só isso é arte "de valor" ou "alta literatura".
né?! eu sinto falta de apenas ler uma história bem contada, sem malabarismos. e olha que adoro coisas diferentonas...
Manto da noite mexeu tanto comigo. tb não entendi, mas senti tanto que desenterrou de mim que sempre quis escrever. e olha que nem cogitei ser tão gênia como saavedra. acho que o texto dela só descolou a vontade e emergiu.
para subverter a forma, é preciso conhecê-la bem.
O pior é que fica muito claro quando alguém quer rebuscar sem alma. Conselho precioso esse!
anotado!
Concordo com absolutamente todo o texto, exceto que meu santo não bate com o da Sally Rooney 🙈 queria jogar o “beautiful world” pela janela
Texto maravilhoso, como sempre, Fabi! Eu sempre percebi que as obras que mais me cativam e mais me surpreendem são as que não recorrem a essas estripulias todas e conseguem fazer maravilhas com as nossas palavras de sempre, sem precisar de dicionário pra descobrir o que a pessoa quis dizer. Normalmente as frases que eu sublinho (não são muitas) são compostas por palavras comuns em uma ordem incomum, ou só belamente escolhidas. É preciso ser excelente escritor pra conseguir fazer isso, e você transmitiu essa ideia belamente, também ;)
Esperando pelo próximo curso 🧡
A Rooney tá na minha lista há tempos. Vou tentar ler nas férias. Sobre o livro da Carola, compartilho: Não entendi nada, mas senti tudo.