Literatura é roda de conversa (uma mesa de bar GIGANTE), e a gente participa de uma conversa quando tem algo a dizer e gosta do assunto. Adorei seu texto. Embora adore os clássicos, sempre indico o novo.
confesso que tenho certo horror a quem acha que só "obras-primas" tem valor, até porque às vezes a gente se depara com um livro que jogaram nessa categoria e acha bem mequetrefe.
agora não vou me lembrar de onde arranquei isso (talvez do king), mas acho que a maioria dos grandes escritores ambicionavam mais contar uma boa história, desvendar algo, do que ficar com, como você descreveu, "um texto na beca, cheio de panca, sem uma mísera dose de coração".
sem falar dos elitismos quando se coloca gêneros literários (e dos autories) no meio. com certeza, perdemos algumas obras maravilhosas por causa desses fatores ao longo dos séculos, né.
ah, sim, a discussão pode ir longe, se a gente for pensar por esse lado. Acho que nenhum grande artista tinha consciência do que estava fazendo, pelo menos os genuínos. É assim que uma coisa boa de verdade aparece
Não sei… gênio é gênio. Para milhões de semianalfabetos aparece uma Maria Carolina de Jesus. Mas a maioria dos bons escritores não nascem prontos, eles precisam de um entorno literário para se desenvolver. E nossa base educacional é muito fraca, muitos municípios brasileiros não tem nem biblioteca pública. Por este ponto de vista, eu vejo a dificuldade de criar textos melhores ou mesmo textos.
Concordo com você, mas é justamente o entorno literário que precisa estar aberto a novos escritores. Caso contrário, como eles vão se desenvolver? Todo mundo precisa começar de algum lugar. A leitura precisa ser colocada como prioridade nas escolas também, mas não acho que isso vai acontecer tão cedo.
ô, texto bom! bem, adoro abraçar minha mediocridade, pois isso impede que eu me sinta menos apta a escrever minha pequenas crônicas, apenas pelo fato de não ter gabaritado a cartelinha dos grandes clássicos. vou morrer e sem ter lido tudo que se há para ler mesmo, então, deixo a coisa rolar como tem que ser (aliás, o Como se fosse um monstro eu já li! <3)
Mesmo sendo uma pessoa que faz parte desse mecanismo que faz a roda do mercado editorial girar, poucas coisas me irritam mais do que o pedantismo do meio. Seu texto de hoje é um que vou ter que ler várias vezes e ir dissecando aos poucos. Como eu gosto de te ler!
Já ouvi disparates afetados sobre Literatura contemporânea de profs na usp que me fizeram revirar os olhos... Mas tbm sei que isso faz parte de uma persona que eles acham que tem que ter, para poder ser. Saca? Não tenho paciência. Gosto de estudar os clássicos porque não havia feito isso até então, estou amando descobrir esse mundo. Não cresci lendo os grandes autores do panteão, mas o que li me marcou profundamente e está comigo também na escrita. Não acho minha poesia (nem minha prosa não ficcional) a última bolacha do pacote, porém escrevo com honestidade, pesquisa, dedicação. E não pretendo parar porque não será perfeito, nem premiado ou famoso...
É isso: não é perfeito, mas pode comunicar algo importante para alguém. O pedantismo não serve a ninguém (quer dizer, até serve, a gente sabe quem se beneficia dessa lógica...)
acredito na máxima de que os livros sempre encontram seus leitores. há obras de todos os tipos e para todos os gostos. uns agradam um público mais amplo; outros, um público menor. mas nem por isso deixam de ser bons livros ou boa literatura. o importante - sobretudo num país como o nosso - é formar leitores. e aí cabe a eles encontrar o que gostam de ler.
colho sempre lições de humildade e dedicação honesta em seus posts, fabi. amo vários classicões, mas não os deixo mais tolherem minha vontade de escrever. não escrevo para ser clássico, mas para escrever um bom verso, contar uma boa história com a ajuda de algumas coisas que vejo neles. acho q é assim q os ditos clássicos deveriam ser lidos - com o espírito "shoshin", de mente aprendiz, uma disposição ativa de curiosidade e vontade de criar. é como se eles mostrassem que, mesmo nas paisagens que foram mais percorridas, sempre há um novo horizonte para explorar...
Não vou mentir: eu amo os clássicos. Mas, como leitora, eu sempre vou preferir histórias com vozes autênticas àquelas que almejam genialidade estilística. Para mim, tem mais valor contar uma história partindo de uma urgência interior do que ficar tentando reinventar a roda da literatura como um fim em si mesmo, principalmente na literatura contemporânea. Talvez isso seja medíocre? Não sei, mas acho mais honesto.
Eu acho muito mais honesto quando os escritores escrevem com as armas que têm, em vez de tentar alcançar um padrão que claramente não possuem. E eu também sou partidária das histórias <3
Literatura é roda de conversa (uma mesa de bar GIGANTE), e a gente participa de uma conversa quando tem algo a dizer e gosta do assunto. Adorei seu texto. Embora adore os clássicos, sempre indico o novo.
Obrigada Moa, bom te ver por aqui!
Gosto de uma frase do Charles Kiefer sobre essa comparação de gênios: "Literatura não é corrida de cavalos". Acho que diz tudo.
Não conhecia, mas diz tudo mesmo!
confesso que tenho certo horror a quem acha que só "obras-primas" tem valor, até porque às vezes a gente se depara com um livro que jogaram nessa categoria e acha bem mequetrefe.
agora não vou me lembrar de onde arranquei isso (talvez do king), mas acho que a maioria dos grandes escritores ambicionavam mais contar uma boa história, desvendar algo, do que ficar com, como você descreveu, "um texto na beca, cheio de panca, sem uma mísera dose de coração".
sem falar dos elitismos quando se coloca gêneros literários (e dos autories) no meio. com certeza, perdemos algumas obras maravilhosas por causa desses fatores ao longo dos séculos, né.
ah, sim, a discussão pode ir longe, se a gente for pensar por esse lado. Acho que nenhum grande artista tinha consciência do que estava fazendo, pelo menos os genuínos. É assim que uma coisa boa de verdade aparece
Não sei… gênio é gênio. Para milhões de semianalfabetos aparece uma Maria Carolina de Jesus. Mas a maioria dos bons escritores não nascem prontos, eles precisam de um entorno literário para se desenvolver. E nossa base educacional é muito fraca, muitos municípios brasileiros não tem nem biblioteca pública. Por este ponto de vista, eu vejo a dificuldade de criar textos melhores ou mesmo textos.
Concordo com você, mas é justamente o entorno literário que precisa estar aberto a novos escritores. Caso contrário, como eles vão se desenvolver? Todo mundo precisa começar de algum lugar. A leitura precisa ser colocada como prioridade nas escolas também, mas não acho que isso vai acontecer tão cedo.
ô, texto bom! bem, adoro abraçar minha mediocridade, pois isso impede que eu me sinta menos apta a escrever minha pequenas crônicas, apenas pelo fato de não ter gabaritado a cartelinha dos grandes clássicos. vou morrer e sem ter lido tudo que se há para ler mesmo, então, deixo a coisa rolar como tem que ser (aliás, o Como se fosse um monstro eu já li! <3)
Só fui ver esse comentário agora. Obrigada, querida!!!
Eu só quero me divertir. Quando leio, quando escrevo. Se a escrita vira um peso, qual o sentido de continuar?
Mesmo sendo uma pessoa que faz parte desse mecanismo que faz a roda do mercado editorial girar, poucas coisas me irritam mais do que o pedantismo do meio. Seu texto de hoje é um que vou ter que ler várias vezes e ir dissecando aos poucos. Como eu gosto de te ler!
A sua leitura é um luxo, viu? Obrigada!!
Já ouvi disparates afetados sobre Literatura contemporânea de profs na usp que me fizeram revirar os olhos... Mas tbm sei que isso faz parte de uma persona que eles acham que tem que ter, para poder ser. Saca? Não tenho paciência. Gosto de estudar os clássicos porque não havia feito isso até então, estou amando descobrir esse mundo. Não cresci lendo os grandes autores do panteão, mas o que li me marcou profundamente e está comigo também na escrita. Não acho minha poesia (nem minha prosa não ficcional) a última bolacha do pacote, porém escrevo com honestidade, pesquisa, dedicação. E não pretendo parar porque não será perfeito, nem premiado ou famoso...
É isso: não é perfeito, mas pode comunicar algo importante para alguém. O pedantismo não serve a ninguém (quer dizer, até serve, a gente sabe quem se beneficia dessa lógica...)
Escrevi sobre ser medíocre recentemente, e agora estou morrendo de inveja do título do seu texto kkkkk
Queria ter pensado nisso 😊
Referência é tudo kkkkkkkkkkk
acredito na máxima de que os livros sempre encontram seus leitores. há obras de todos os tipos e para todos os gostos. uns agradam um público mais amplo; outros, um público menor. mas nem por isso deixam de ser bons livros ou boa literatura. o importante - sobretudo num país como o nosso - é formar leitores. e aí cabe a eles encontrar o que gostam de ler.
Exatamente, tem lugar para todo mundo!
Obrigada pela reflexão, caiu como uma luva (ou um tapa) em alguns melodramas íntimos.
Imagine! Estamos aí para isso, obrigada por comentar
Essa reflexão se aplica a tantos fazeres além da escrita!
É verdade!!
colho sempre lições de humildade e dedicação honesta em seus posts, fabi. amo vários classicões, mas não os deixo mais tolherem minha vontade de escrever. não escrevo para ser clássico, mas para escrever um bom verso, contar uma boa história com a ajuda de algumas coisas que vejo neles. acho q é assim q os ditos clássicos deveriam ser lidos - com o espírito "shoshin", de mente aprendiz, uma disposição ativa de curiosidade e vontade de criar. é como se eles mostrassem que, mesmo nas paisagens que foram mais percorridas, sempre há um novo horizonte para explorar...
Obrigada por sempre estar por aqui, querido Kuzman, a gente faz o possível
Não vou mentir: eu amo os clássicos. Mas, como leitora, eu sempre vou preferir histórias com vozes autênticas àquelas que almejam genialidade estilística. Para mim, tem mais valor contar uma história partindo de uma urgência interior do que ficar tentando reinventar a roda da literatura como um fim em si mesmo, principalmente na literatura contemporânea. Talvez isso seja medíocre? Não sei, mas acho mais honesto.
Eu acho muito mais honesto quando os escritores escrevem com as armas que têm, em vez de tentar alcançar um padrão que claramente não possuem. E eu também sou partidária das histórias <3
Seguir escrevendo enquanto houver vontade.
Adorei as palavras de hoje.
É isso!! (quando você diz desse jeito parece que estou pregando kkkk) um beijo