Olha, estou ficando repetitivo, mas sempre digo por aqui quando o assunto é IA. Escrever, o Pinóquio virtual criado pelo ChatGePeTo até escreve. Mas sonhar, não sonha não. E aí reside um mundo de diferença.
Gente, tô na dúvida se fico honrado ou irritado! 😂 A primeira vez que esse nome me ocorreu foi num comentário que fiz num post do Jotabe, lá no Notas de Quinta, no ano passado:
Fico feliz demais em saber que meu texto revoltado com um ícone no Word tenha rendido este!
Eu penso que a relação que teremos com a IA pode ser muito saudável, contanto que tenhamos o discernimento de saber usá-la. Muitos textos não precisam, como você colocou, ser obras de arte. Até muitas vezes parece desperdício gastar criatividade valiosa com uma legenda de rede social que vai durar no máximo uma hora. Pra essas coisas a IA é uma mão na roda! Na ficção, vejo ela aparecendo em romances baseados em clichês e tropes, mas não na literatura individual, que fala tanto de cada pessoa que a escreve (e lê).
Não sei se me considero um entusiasta de IA, mas também não sou avesso ao uso dela. Se tem uma coisa que a música me ensinou é que a tecnologia está aí pra ser usada. Acho a aversão a IA muito similar às discussões que se via com relação a loops, samples, beatmakers e várias outras interferências tecnológicas no processo criativo. Hoje, esses recursos estão aí e usa quem quer, com resultados variados. Pelo que observo, a criatividade reside na forma como você aborda e processa os estalos que a ferramenta causa em você.
Muito legal seu ponto de vista, Fabiane. Ressoa bastante com a minha experiência e como venho abordando a IA no meu cotidiano criativo.
Não corrijo os meus textos literários em IA porque as ideias serão roubadas. Essa é a grande jogada deles, você cria e TENTAM copiar. Concordo com você que vai demorar pra criarem um texto digno da nossa imaginação. No entanto, não quero ver as minhas palavras usurpadas e retorcidas em textos solicitados por IA. Claro que uso muito. É muito útil! Pra escrever um email administrativo, fazer uma lista, um contrato formal... Criar artisticamente, contudo, é o maior desafio de uma IA e os seus criadores se corroem com isso. Que morram! Da fonte do meu texto literário não vão beber.
Fabi, vc acertou no alvo - a IA pode ser interessante e uma grande ajuda quando utilizada com responsabilidade. Adorei o teste com o livro da Socorro - aliás, uma obra deliciosa.
Compartilhamos da mesma visão do uso da IA. Eu também tenho usado para me ajudar na edição final dos meus textos, já que não tenho, por ora, como pagar uma revisora. Criei um prompt específico para isso e tem funcionado bem. Tenho usado bastante para me ajudar a estruturar as ideias que vou jogando em notas para desenhar um plano editorial, assim como também tenho usado para me ajudar a fazer business plan. Obrigada pela menção! <3
Esse é um debate que tem que ser levantado (parabéns, por sinal). Na minha experiência muito particular, dando aula e coordenando um festival de literatura entre as escolas daqui, a ferramenta bagunçou um pouco as coisas. Vários textos submetidos à antologia que organizamos eram do ChatGPT, mas ficou difícil provar que eram (num deles, o recurso da autora à anulação do texto tinha o mesmo padrão de linguagem, então ou o recurso tinha sido feito também na plataforma, ou era o padrão de linguagem dela, realmente, similar ao da ferramenta). Foi uma sinuca de bico danada. Escrevi alguns textos (pena que tão no arquivo pago do substack, se interessar te mando):
Ah, sim, eu escrevi do ponto de vista de romancista apenas, mas eu imagino que para educadores e jurados de concursos o cenário deve estar brabo. Quando leio textos do ChatGPT parece que estou lendo os trabalhos de escritores iniciantes, você também tem essa impressão? Justamente pelo uso de clichês e chavões que são tão comuns a quem ainda não experimentou a prática. Com o tempo acho que vai ser realmente desafiador detectar o uso dessas ferramentas, então acho que a gente tem que sim discutir isso no processo criativo, sempre destacando o quanto podemos perder com a automação. Vou ler os seus textos, obrigada!!!
Mesma impressão, exatamente igual. Muitos colegas têm falado maravilhas também dele no processo criativo. Já fiz até um experimento com a crônica. Esse tá aberto: https://www.threads.net/@tdgermano/post/Cz8iMTZLJ0Z
Fiquei chocada que tem gente usando IA pra se inscrever em concurso literário e que foi difícil provar que os autores usaram CHATGPT. Isso mostra que a IA está avançando, mas duvido superar a criatividade, algo completamente infinito, devido a individualidade da nossa vivência.
Pois é. Não sei se seria aprovado num concurso com outro público (esse era com estudantes até o ensino médio, o que não deixa de ser preocupante. E ah, tinham professores envolvidos também).
Tudo que preciso escrever já está sendo escrito dentro de mim: uau! É isso 🥰 (essa sensação de uau é isso só acontece lendo textos autorais... que coisa! heheh)
Curioso isso sobre a "treta literária da semana". Parece que a turma do linchamento não se satisfaz em condenar seus culpados escolhidos, mas também considera como cúmplices aqueles que se recusam a aderir ao linchamento.
Um dos textos mais lúcidos sobre o tema que já encontrei! Além disso, me identifico. Trabalho para uma agência de comunicação e uso o chat GPT todo dia. É ótimo em tudo isso que você disse e acaba me dando mais tempo para escrever minhas coisas, minha literatura de remexer a alma e vasculhar a linguagem.
Olha, estou ficando repetitivo, mas sempre digo por aqui quando o assunto é IA. Escrever, o Pinóquio virtual criado pelo ChatGePeTo até escreve. Mas sonhar, não sonha não. E aí reside um mundo de diferença.
Olha, Ferdinando, roubaram teu apelido hahaha
Pesquisadores da PUC-Rio criaram o ChatGeppetto, um protótipo aberto para criar narrativas literárias colaborativas em linguagem natural. https://theconversation.com/coautoria-inteligente-as-suas-ordens-247293
https://theconversation.com/coautoria-inteligente-as-suas-ordens-247293
Gente, tô na dúvida se fico honrado ou irritado! 😂 A primeira vez que esse nome me ocorreu foi num comentário que fiz num post do Jotabe, lá no Notas de Quinta, no ano passado:
https://open.substack.com/pub/notasdequinta/p/dia-do-livro?utm_source=direct&r=6o6st&utm_campaign=comment-list-share-cta&utm_medium=web&comments=true&commentId=74670448
Fico feliz demais em saber que meu texto revoltado com um ícone no Word tenha rendido este!
Eu penso que a relação que teremos com a IA pode ser muito saudável, contanto que tenhamos o discernimento de saber usá-la. Muitos textos não precisam, como você colocou, ser obras de arte. Até muitas vezes parece desperdício gastar criatividade valiosa com uma legenda de rede social que vai durar no máximo uma hora. Pra essas coisas a IA é uma mão na roda! Na ficção, vejo ela aparecendo em romances baseados em clichês e tropes, mas não na literatura individual, que fala tanto de cada pessoa que a escreve (e lê).
Não sei se me considero um entusiasta de IA, mas também não sou avesso ao uso dela. Se tem uma coisa que a música me ensinou é que a tecnologia está aí pra ser usada. Acho a aversão a IA muito similar às discussões que se via com relação a loops, samples, beatmakers e várias outras interferências tecnológicas no processo criativo. Hoje, esses recursos estão aí e usa quem quer, com resultados variados. Pelo que observo, a criatividade reside na forma como você aborda e processa os estalos que a ferramenta causa em você.
Muito legal seu ponto de vista, Fabiane. Ressoa bastante com a minha experiência e como venho abordando a IA no meu cotidiano criativo.
Não corrijo os meus textos literários em IA porque as ideias serão roubadas. Essa é a grande jogada deles, você cria e TENTAM copiar. Concordo com você que vai demorar pra criarem um texto digno da nossa imaginação. No entanto, não quero ver as minhas palavras usurpadas e retorcidas em textos solicitados por IA. Claro que uso muito. É muito útil! Pra escrever um email administrativo, fazer uma lista, um contrato formal... Criar artisticamente, contudo, é o maior desafio de uma IA e os seus criadores se corroem com isso. Que morram! Da fonte do meu texto literário não vão beber.
Fabi, vc acertou no alvo - a IA pode ser interessante e uma grande ajuda quando utilizada com responsabilidade. Adorei o teste com o livro da Socorro - aliás, uma obra deliciosa.
Amo esse livro da Socorro!!
assino embaixo da relatora: a inteligência artificial pode ser útil para muitas coisas, mas o caráter humano é indispensável ao fazer artístico.
Amei a diferença entre os textos.
Compartilhamos da mesma visão do uso da IA. Eu também tenho usado para me ajudar na edição final dos meus textos, já que não tenho, por ora, como pagar uma revisora. Criei um prompt específico para isso e tem funcionado bem. Tenho usado bastante para me ajudar a estruturar as ideias que vou jogando em notas para desenhar um plano editorial, assim como também tenho usado para me ajudar a fazer business plan. Obrigada pela menção! <3
Muito legal sua visão e uso. Sou muito resistente e desconfiada com a ia, mas posso me valer dela se precisar (espero que não 😅).
Para criar, pura e simplesmente, recomendo distância. Mas para fins de ganhar dinheiro, fazer pesquisa e análise é um bom instrumento
Esse é um debate que tem que ser levantado (parabéns, por sinal). Na minha experiência muito particular, dando aula e coordenando um festival de literatura entre as escolas daqui, a ferramenta bagunçou um pouco as coisas. Vários textos submetidos à antologia que organizamos eram do ChatGPT, mas ficou difícil provar que eram (num deles, o recurso da autora à anulação do texto tinha o mesmo padrão de linguagem, então ou o recurso tinha sido feito também na plataforma, ou era o padrão de linguagem dela, realmente, similar ao da ferramenta). Foi uma sinuca de bico danada. Escrevi alguns textos (pena que tão no arquivo pago do substack, se interessar te mando):
https://tdgermano.substack.com/p/o-chatgpt-de-novo-ele?utm_source=profile&utm_medium=reader2
https://tdgermano.substack.com/p/inteligencias-artificais?utm_source=profile&utm_medium=reader2
Ah, sim, eu escrevi do ponto de vista de romancista apenas, mas eu imagino que para educadores e jurados de concursos o cenário deve estar brabo. Quando leio textos do ChatGPT parece que estou lendo os trabalhos de escritores iniciantes, você também tem essa impressão? Justamente pelo uso de clichês e chavões que são tão comuns a quem ainda não experimentou a prática. Com o tempo acho que vai ser realmente desafiador detectar o uso dessas ferramentas, então acho que a gente tem que sim discutir isso no processo criativo, sempre destacando o quanto podemos perder com a automação. Vou ler os seus textos, obrigada!!!
Mesma impressão, exatamente igual. Muitos colegas têm falado maravilhas também dele no processo criativo. Já fiz até um experimento com a crônica. Esse tá aberto: https://www.threads.net/@tdgermano/post/Cz8iMTZLJ0Z
Fiquei chocada que tem gente usando IA pra se inscrever em concurso literário e que foi difícil provar que os autores usaram CHATGPT. Isso mostra que a IA está avançando, mas duvido superar a criatividade, algo completamente infinito, devido a individualidade da nossa vivência.
Pois é. Não sei se seria aprovado num concurso com outro público (esse era com estudantes até o ensino médio, o que não deixa de ser preocupante. E ah, tinham professores envolvidos também).
Adorei olhar pro assunto (sobre o qual ainda sei tão pouco) sob a sua ótica! Me instigou a saber mais sobre :)
Tudo que preciso escrever já está sendo escrito dentro de mim: uau! É isso 🥰 (essa sensação de uau é isso só acontece lendo textos autorais... que coisa! heheh)
Curioso isso sobre a "treta literária da semana". Parece que a turma do linchamento não se satisfaz em condenar seus culpados escolhidos, mas também considera como cúmplices aqueles que se recusam a aderir ao linchamento.
muito bom!
Um dos textos mais lúcidos sobre o tema que já encontrei! Além disso, me identifico. Trabalho para uma agência de comunicação e uso o chat GPT todo dia. É ótimo em tudo isso que você disse e acaba me dando mais tempo para escrever minhas coisas, minha literatura de remexer a alma e vasculhar a linguagem.
Meu Deus, que texto gostoso de ler