Fabi, eu estava justamente pensando esses dias que nem mesmo os editores mais bem sucedidos que conheço possuem só um emprego, estão constantemente revisando, preparando, escrevendo blurbs, aparatos no geral.
Quando comecei a fazer freelas confesso que me sabotei um tico, pensamentos do tipo “meu deus, vou ter sempre que me desdobrar em 30 porque a profissão que escolhi seguir não me sustenta satisfatoriamente só com um trabalho?”, não sabia se me sentia orgulhosa ou frustrada.
No fim, os freelas nada mais são do que “bicos” gourmet e que hoje me orgulho muito, mas que não deixam de ser exaustivos…
SIM!!!! Cara, nem o pessoal que edita está pagando as contas com um emprego somente. E a gente sabe que a grande maioria está simplesmente sobrecarregada, né? É bem complicado mesmo
Você consegue mostrar os dois lados da moeda de quem decide seguir a carreira da escrita criativa, frizando as dificuldades e, ainda assim, não abrindo mão dos deleites. Seu texto serviu de grande esperança para mim!
Gostei da forma como discontrai, vez ou outra, no texto e da clareza do mesmo!
É sempre importante ouvir seu depoimento sincero sobre a vida de escritora e de quem precisa ter outro emprego para sobreviver e bancar os sonhos. Eu me sinto muito mais representada ouvindo isso, do que qualquer outra fantasia que dizem sobre ser escritora. Obrigada por sempre falar ❤️
Eu que te agradeço por ler, amore. Você sabe o quanto acho importante dar essas pílulas de vida real, faz a nossa criação não ser tão solitária, nem tão pesada
Taí uma newsletter que eu assino FELIZ! Te admiro muito, Fabi, e tenho certeza de que suas meninas terão muito orgulho dessa mãe que as sustenta com palavras e muito afeto <3 Meu livro, quando sair, terá sempre a marca da sua leitura com a Isabel na barriga. Gravidíssima e trabalhando, sendo generosa, encorajando outras mulheres a seguirem seus sonhos de palavras. Te desejo sempre tudo de melhor. Talento você tem de sobra! A única coisa que dificulta, eu acho, é a opção de continuar em Brasília (eu compartilho da mesma opção e vejo o quanto a gente fica de fora das panelinhas)
Dany, por falar nisso, me mande notícias do seu livro! Foi uma das leituras críticas mais marcantes que fiz, é uma alegria ter te ajudado com ele. E, sim, esse negócio de continuar em Brasília me ferra, mas eu também penso muito na minha qualidade de vida... E no geral sou bem feliz aqui, com meu quintal cheio de periquitos. Trabalho e sucesso, afinal de contas, não são tudo na vida... Um bjo e obrigada pelo apoio
Fabiane, vai sustentar elas com coragem e ensinar que a melhor segurança nasce dentro de nós e não dos recursos externos - que ajudam - mas não resolvem tudo. Reflito bastante sobre o começo do seu texto, parece que as pessoas apenas passam a ter valor quando reconhecidas para um público maior, antes do livro estourar, sua literatura não vale lá muita coisa, genericamente falando. Bom, isso não é verdade. Você poderia estar na lista da sua ex professora, muitos poderiam, mas não furaram uma bolha, ainda. Parece um pouco a Fernanda Torres, totalmente reconhecida - mas ela já era o que é há um tempo. O jogo é esse. Se a confiança não vem de dentro, se a motivação não está bem alinhada, variamos com as emoções externas ou ausência delas. Das News que acompanho por aqui, a sua é das melhores, aceite esse singelo prêmio que você nem precisa, mas que também é bom.
É um prêmio excelente, Pedro, obrigada! Como eu disse, se eu for esperar a validação dos outros eu nunca serei a escritora que espero ser. Porque essa autorização está longe de chegar. Obrigada por comentar
Sou uma escritora desconhecida, não publicada e, pra piorar, sou o próprio esteriótipo do escritor que não gosta de redes sociais (pronto, falei). Ainda assim pensei que seria uma boa ideia largar o emprego estável e viver de literatura. Essa decisão durou três meses, duas semanas e um dia de perrengue em Brasília. Voltei ao serviço público. Estou conformada, a literatura é o meu outro emprego e, por enquanto, não remunerado. Apesar da vida dupla, não me consolo lendo o outro lado da história, no caso, a sua história. Parece que os caminhos, no fim, se convergem em perdas, porém conscientes. Estamos ambas em sacrifício. Como diria a Dilma: no fim, todo mundo vai perder. Sua ex-professora tem uma visão muito amadora das coisas, como se ser bem sucedido fosse apenas ter um emprego que ganhe bem e não te mande embora. Se eu a conhecesse, pediria pra ela pesquisar quantos ex-alunos já precisaram de Rivotril independentemente do emprego dos sonhos.
Li nos dos livros do Drauzio que umas das razões do poder da facção ser aceita no presídio, lá no começo dos anos 90, é que ela finalmente garantia aos presos segurança o suficiente para dormir com os olhos fechados. Qualquer semelhança com concurso - aceito o trabalho porque paga bem e é estável e, tudo bem, renuncio ao meu ikigai em favor das certezas - não é coincidência.
Ah, essas professoras... Eu tive uma que me tirou do caminho da escrita com uma bomba jogada na minha cabeça, quando disse a ela, aos 12 anos, que eu queria ser escritor: "Você nunca vai sustentar família com uma profissão dessas". Fui para o jornalismo, fiz carreira, sustentei família, e terminei infeliz profissionalmente. Hoje, estou tentando viver de palavra. Portanto, não se angustie com o caminho que poderia, mas não trilhou. Você está na direção certa.
é muito triste perceber o quanto o trabalho vem se tornando cada vez mais precarizado e no quanto as pessoas têm que se virar para dar conta de uma vida minimamente digna… por isso é tão importante valorizar quem, em meio a tudo isso, ainda encontra tempo para a literatura!
Obrigada por compartilhar, há 3 anos decidi empreender e empreendo com criatividade. Vivo a vida de freelancer, as vezes penso "Meu Deus o que eu fiz?", mas logo depois eu penso que sou muito mais feliz agora.
Uau, que texto maravilhoso. Por vezes me sinto assim. Dei uma pausa não programada na escrita, mas a cabeça não para. Desejo desde já uma boa hora. Parabéns
Tem tanta coisa nesse texto que mexeu comigo Fabi. E em vários departamentos das entranhas. Processando.. devagarinho. Obrigada!
Fico feliz, querida. Estamos todas no mesmo barco (furado?? Vai saber)
Fabi, eu estava justamente pensando esses dias que nem mesmo os editores mais bem sucedidos que conheço possuem só um emprego, estão constantemente revisando, preparando, escrevendo blurbs, aparatos no geral.
Quando comecei a fazer freelas confesso que me sabotei um tico, pensamentos do tipo “meu deus, vou ter sempre que me desdobrar em 30 porque a profissão que escolhi seguir não me sustenta satisfatoriamente só com um trabalho?”, não sabia se me sentia orgulhosa ou frustrada.
No fim, os freelas nada mais são do que “bicos” gourmet e que hoje me orgulho muito, mas que não deixam de ser exaustivos…
Obrigada pela franqueza sempre 🫶
SIM!!!! Cara, nem o pessoal que edita está pagando as contas com um emprego somente. E a gente sabe que a grande maioria está simplesmente sobrecarregada, né? É bem complicado mesmo
Você consegue mostrar os dois lados da moeda de quem decide seguir a carreira da escrita criativa, frizando as dificuldades e, ainda assim, não abrindo mão dos deleites. Seu texto serviu de grande esperança para mim!
Gostei da forma como discontrai, vez ou outra, no texto e da clareza do mesmo!
Feliz que você gostou, Iris! É porque o caminho é assim mesmo, cheio de altos e baixos. Como tudo na vida, eu acho...
É sempre importante ouvir seu depoimento sincero sobre a vida de escritora e de quem precisa ter outro emprego para sobreviver e bancar os sonhos. Eu me sinto muito mais representada ouvindo isso, do que qualquer outra fantasia que dizem sobre ser escritora. Obrigada por sempre falar ❤️
Eu que te agradeço por ler, amore. Você sabe o quanto acho importante dar essas pílulas de vida real, faz a nossa criação não ser tão solitária, nem tão pesada
Taí uma newsletter que eu assino FELIZ! Te admiro muito, Fabi, e tenho certeza de que suas meninas terão muito orgulho dessa mãe que as sustenta com palavras e muito afeto <3 Meu livro, quando sair, terá sempre a marca da sua leitura com a Isabel na barriga. Gravidíssima e trabalhando, sendo generosa, encorajando outras mulheres a seguirem seus sonhos de palavras. Te desejo sempre tudo de melhor. Talento você tem de sobra! A única coisa que dificulta, eu acho, é a opção de continuar em Brasília (eu compartilho da mesma opção e vejo o quanto a gente fica de fora das panelinhas)
Dany, por falar nisso, me mande notícias do seu livro! Foi uma das leituras críticas mais marcantes que fiz, é uma alegria ter te ajudado com ele. E, sim, esse negócio de continuar em Brasília me ferra, mas eu também penso muito na minha qualidade de vida... E no geral sou bem feliz aqui, com meu quintal cheio de periquitos. Trabalho e sucesso, afinal de contas, não são tudo na vida... Um bjo e obrigada pelo apoio
Fabiane, vai sustentar elas com coragem e ensinar que a melhor segurança nasce dentro de nós e não dos recursos externos - que ajudam - mas não resolvem tudo. Reflito bastante sobre o começo do seu texto, parece que as pessoas apenas passam a ter valor quando reconhecidas para um público maior, antes do livro estourar, sua literatura não vale lá muita coisa, genericamente falando. Bom, isso não é verdade. Você poderia estar na lista da sua ex professora, muitos poderiam, mas não furaram uma bolha, ainda. Parece um pouco a Fernanda Torres, totalmente reconhecida - mas ela já era o que é há um tempo. O jogo é esse. Se a confiança não vem de dentro, se a motivação não está bem alinhada, variamos com as emoções externas ou ausência delas. Das News que acompanho por aqui, a sua é das melhores, aceite esse singelo prêmio que você nem precisa, mas que também é bom.
É um prêmio excelente, Pedro, obrigada! Como eu disse, se eu for esperar a validação dos outros eu nunca serei a escritora que espero ser. Porque essa autorização está longe de chegar. Obrigada por comentar
Sou uma escritora desconhecida, não publicada e, pra piorar, sou o próprio esteriótipo do escritor que não gosta de redes sociais (pronto, falei). Ainda assim pensei que seria uma boa ideia largar o emprego estável e viver de literatura. Essa decisão durou três meses, duas semanas e um dia de perrengue em Brasília. Voltei ao serviço público. Estou conformada, a literatura é o meu outro emprego e, por enquanto, não remunerado. Apesar da vida dupla, não me consolo lendo o outro lado da história, no caso, a sua história. Parece que os caminhos, no fim, se convergem em perdas, porém conscientes. Estamos ambas em sacrifício. Como diria a Dilma: no fim, todo mundo vai perder. Sua ex-professora tem uma visão muito amadora das coisas, como se ser bem sucedido fosse apenas ter um emprego que ganhe bem e não te mande embora. Se eu a conhecesse, pediria pra ela pesquisar quantos ex-alunos já precisaram de Rivotril independentemente do emprego dos sonhos.
Li nos dos livros do Drauzio que umas das razões do poder da facção ser aceita no presídio, lá no começo dos anos 90, é que ela finalmente garantia aos presos segurança o suficiente para dormir com os olhos fechados. Qualquer semelhança com concurso - aceito o trabalho porque paga bem e é estável e, tudo bem, renuncio ao meu ikigai em favor das certezas - não é coincidência.
Ah, essas professoras... Eu tive uma que me tirou do caminho da escrita com uma bomba jogada na minha cabeça, quando disse a ela, aos 12 anos, que eu queria ser escritor: "Você nunca vai sustentar família com uma profissão dessas". Fui para o jornalismo, fiz carreira, sustentei família, e terminei infeliz profissionalmente. Hoje, estou tentando viver de palavra. Portanto, não se angustie com o caminho que poderia, mas não trilhou. Você está na direção certa.
Penso muito nisso, sabia? No fim das contas, a gente só se arrepende do que não fez. Mas ainda há tempo, viu? Não desista não
Desisti. Do jornalismo. Estou correndo atrás de sustentar meus dois meninos com palavras. 😉
é muito triste perceber o quanto o trabalho vem se tornando cada vez mais precarizado e no quanto as pessoas têm que se virar para dar conta de uma vida minimamente digna… por isso é tão importante valorizar quem, em meio a tudo isso, ainda encontra tempo para a literatura!
É nós por nós 🙏🏼
Ah, Fabi. Tamo junto. 😥
Pelo menos seus meninos já estão grandes hahaha (sei que o trabalho é de outra natureza, porém)
É um trabalho menos mão na massa do que quando eram pequenos. Hoje sobra tempo mas tem mais preocupação 😅
Obrigada por compartilhar, há 3 anos decidi empreender e empreendo com criatividade. Vivo a vida de freelancer, as vezes penso "Meu Deus o que eu fiz?", mas logo depois eu penso que sou muito mais feliz agora.
Uau, que texto maravilhoso. Por vezes me sinto assim. Dei uma pausa não programada na escrita, mas a cabeça não para. Desejo desde já uma boa hora. Parabéns
Obrigado. Me senti muito visto com seu texto.
Uau (é só o que tenho a dizer no momento em que me encontrei nas palavras de outra escritora).
Sustentar com palavras!!!!