Hoje pela manhã o livro mundo desdobrável entrou na minha vida, eu ainda não o conhecia e imediatamente senti que precisava lê-lo. Sua escrita oracular chega como uma confirmação, um sinal desses que não deixa dúvidas. Simplesmente amei essa idea de satélite, e essa pergunta aqui “E quais verdades invisíveis estamos enxergando com as palavras?” vai ir parar no meu caderno de sonhos que é recheado das perguntas que eu peço que sejam respondidas enquanto o corpo descansa e a Alma viaja para os lugares entre mundos durante o sono. Obrigada por esse texto! ❤️
Essa semana mesmo me lembrei na frase “os artistas são a antena da espécie”. (Já ouvi dizer que Wally Salomão que disse ela, mas é uma remodelação da frase de um poeta norte americano)
e de fato: é mesmo um satélite! poderosíssimo!
lendo sobre mistério/certa relação espiritual me lembrei de uma pintora, chamada Hilma af Klint, que foi a primeira pessoa a fazer abstrato na história. ela dizia que a arte dela tinha mesmo uma relação espiritual e que por estar à frente de seu tempo ainda não deveria ser conhecida, pois as pessoas não entenderiam ali. no seu testamento pediu que suas pinturas fossem reveladas ao mundo depois de 20 anos, hoje é mesmo considerada uma gênia. ninguém fez nada parecido antes dela
acho isso poderosíssimo se tratando de tinta.
mas aqui, se tratando de palavra, escrita, acho ainda mais!
é mesmo uma relação com o mistério.
se pro amor pra espiritualidade e pra psicanálise o tempo não é cronológico, me ocorre agora, que pra escrita ou pra arte também não.
e os encontros (com obra com leitor com a ficção e a vida com o dito e o não dito) vão mesmo ocorrendo nesse campo em que a palavra dança na linha do inconsciente. da sorte. do acaso. da intuição.
às vezes quando um texto me vem, parece até uma psicografia. preciso só achar a ponta que o resto desembola. essas palavras já estavam prontas em algum lugar que nos é desconhecido. foi assim que me ocorreu no puerpério, os textos vinham na boca.
não posso deixar de agradecer aqui a ocasionalidade de esbarrar na sua News logo quando cheguei nessas bandas de plataforma. tenho lido com gosto desde então e me inspirado nessa também mãe-escritora!
Lis, muito obrigada pelo seu comentário, só agora tive tempo de vir aqui responder, mas passei meia hora pesquisando sobre Hilma af Klint no Google, obrigada por me trazer essa história, eu não a conhecia!!!
Adorei, como sempre (espero que você goste dos elogios para sua newsletter haha). Acredito que a "autoficção" também seja uma invenção. Aliás, quando há palavra, discurso, é ficção. Tentar escrever sobre o que supostamente já aconteceu é inventar, às vezes de forma mais sofisticada, personagens, contextos, perspectivas. Finais. Também é criar e se agarrar ao mistério.
hahahaha eu amo, não se preocupe!! Só fico meio envergonhada mesmo, nunca sei como reagir a não ser agradecer várias vezes (tive um chefe que dizia que eu sou viciada em dizer obrigada, mas é a única coisa que sei fazer...)
Lendo seu texto e pensando na escrita como oráculo, lembrei de uma situação similar com as minhas páginas matinais. Rolou um drama feio na minha vida no início de 2023, que me virou do avesso. Pela primeira vez fui reler meus cadernos e eu tinha previsto o ocorrido 7 meses antes, quando ele sequer tinha dado sinal de que ia acontecer. Fiquei bolada: como previ e deixei acontecer? O que achei mais curioso na época é pq escrevo as páginas meio acordando, então tem um fluxo quase inconsciente que deságua nas páginas em branco. Adorei suas previsões (em especial a do nome do seu marido). Como a Lis escreveu ali em cima: essa News foi uma oráculo. ❤️
A minha resposta para isso é que o futuro (e as mudanças) são inevitáveis, Lalai. Por isso é um tanto quanto inútil ver as coisas antes que elas aconteçam, porque nada é capaz de preparar a gente, nada é capaz de frear o acontecimento que já começou a acontecer. Só resta respirar fundo e abraçar a inevitabilidade da vida. Fiquei curiosa para saber mais sobre esse assunto, se quiser escrever sobre isso algum dia na sua newsletter, seria legal :)
Eu escrevi esse texto sobre a experiência em si: https://lalai.substack.com/p/espiral-110-um-brinde-a-amizade. Inicialmente eu contei sobre ter “previsto” o que aconteceria, mas o texto estava naufragado em mágoas. Então trabalhei nele um mês até lapidar o suficiente para conseguir virar a página dessa história. Foi terapêutico, como escrever muitos textos são, mas dei leveza para a versão final, pois a amiga citada lê a Espiral e não queria ter um tom “vingativo”. No fim das contas ela leu, nos afastamos de vez e, recentemente, conseguimos conversar sobre o assunto e estamos tentando ressignificar a amizade. Mas bem de mansinho.
Falando em coincidência, recebi de uma amiga seu texto pois, hoje pela manhã publiquei minha news com o tema: A literatura como oráculo. Texto escrito inspirado na leitura de Savedra, que terminei esta semana. Amo essas sincronicidades que a senhora literatura faz. Me parece que estamos vibrando nas palavras que vão além do que parecem ser....
Adorei a noção de escritores serem satélites de seu tempo. A conexão de pontinhos que levam à compreensão de futuros possíveis. Sim! Faz sentido.
Fiquei pensando sobre a glorificação do real e como ela ignora o fato de que não existe uma só realidade, só pontos de vista. No fundo, me parece que a escrita de ficção nos possibilita conhecer outras perspectivas sem aquela pressão de uma verdade única; ela dá liberdade para contarmos qual foi a conclusão que nós tiramos e como achamos que aquilo se desdobrará.
Que lindeza de texto, Fabiane. Já sonhei em comentar um texto de newsletter, espero sonhar com quais as melhores palavras pra descrever o que senti nessa leitura...
Socorro. Eu me identifiquei também com esse sentimento de ficar se sentindo meio cinza de fumaça. Até escrevi um blues meio gray sobre, rs. Que a literatura e os encontros sigam dando força pra gente <3
que preciosidade de texto! ❤️ eu não sei como é criar enredos ou personagens de romances/contos, mas sei que sou poeta mesmo antes de o ser. e meu eu-lírico me habita desde meu nome. antes: desde a concepção de meu nome. antes: desde a ideia da concepção de meu nome. penso que talvez a literatura (ou a imaginação, na verdade) funcione como oráculo/previsão do que está por vir, justamente porque reflete, tal espelho, o já acontecido. presente-passado-futuro imbricados no que me parece esse "eterno retorno", o oroboros (assim que se escreve?). isso me lembra que mesmo antes de conhecer as ideias de Ailton Krenak (algo que você também trouxe em seu texto em relação às ideias de... Alzandúa? não sei se é assim que se escreve também), eu também já tinha pensado sobre a língua brasileira ser minha mátria.
aliás, achei lindo também você ter "realizado" o encontro com seu marido. lendo os demais comentários, lembrei que eu já sonhei também com algo que se concretizou, por assim dizer.
tenho medo, porém, de chegar a um ponto de acreditar em solipsismo.
Hoje pela manhã o livro mundo desdobrável entrou na minha vida, eu ainda não o conhecia e imediatamente senti que precisava lê-lo. Sua escrita oracular chega como uma confirmação, um sinal desses que não deixa dúvidas. Simplesmente amei essa idea de satélite, e essa pergunta aqui “E quais verdades invisíveis estamos enxergando com as palavras?” vai ir parar no meu caderno de sonhos que é recheado das perguntas que eu peço que sejam respondidas enquanto o corpo descansa e a Alma viaja para os lugares entre mundos durante o sono. Obrigada por esse texto! ❤️
Um abraço.
Eu que agradeço pela sua leitura, Verbena. O mundo desdobrável vai te desdobrar por aí, tenho certeza, é muito precioso...
Fabi, salvei essa edição para ler e reler mais vezes. Quanto conhecimento, quantos saberes estão presentes nela! Obrigada:)
Fico feliz que tenha ressoado, eu também gostei de escrever essa daqui, Dani!
também acho a criação um completo mistério, mas desconfio que todo mundo que cria é um pouco antena de seu tempo e do futuro.
Sim, sim, a arte é nossa parabólica hehehe
Essa News foi um absurdo oráculo!
Essa semana mesmo me lembrei na frase “os artistas são a antena da espécie”. (Já ouvi dizer que Wally Salomão que disse ela, mas é uma remodelação da frase de um poeta norte americano)
e de fato: é mesmo um satélite! poderosíssimo!
lendo sobre mistério/certa relação espiritual me lembrei de uma pintora, chamada Hilma af Klint, que foi a primeira pessoa a fazer abstrato na história. ela dizia que a arte dela tinha mesmo uma relação espiritual e que por estar à frente de seu tempo ainda não deveria ser conhecida, pois as pessoas não entenderiam ali. no seu testamento pediu que suas pinturas fossem reveladas ao mundo depois de 20 anos, hoje é mesmo considerada uma gênia. ninguém fez nada parecido antes dela
acho isso poderosíssimo se tratando de tinta.
mas aqui, se tratando de palavra, escrita, acho ainda mais!
é mesmo uma relação com o mistério.
se pro amor pra espiritualidade e pra psicanálise o tempo não é cronológico, me ocorre agora, que pra escrita ou pra arte também não.
e os encontros (com obra com leitor com a ficção e a vida com o dito e o não dito) vão mesmo ocorrendo nesse campo em que a palavra dança na linha do inconsciente. da sorte. do acaso. da intuição.
às vezes quando um texto me vem, parece até uma psicografia. preciso só achar a ponta que o resto desembola. essas palavras já estavam prontas em algum lugar que nos é desconhecido. foi assim que me ocorreu no puerpério, os textos vinham na boca.
não posso deixar de agradecer aqui a ocasionalidade de esbarrar na sua News logo quando cheguei nessas bandas de plataforma. tenho lido com gosto desde então e me inspirado nessa também mãe-escritora!
(um pouco chocada com a coincidência dos Joãos !)
Lis, muito obrigada pelo seu comentário, só agora tive tempo de vir aqui responder, mas passei meia hora pesquisando sobre Hilma af Klint no Google, obrigada por me trazer essa história, eu não a conhecia!!!
Adorei, como sempre (espero que você goste dos elogios para sua newsletter haha). Acredito que a "autoficção" também seja uma invenção. Aliás, quando há palavra, discurso, é ficção. Tentar escrever sobre o que supostamente já aconteceu é inventar, às vezes de forma mais sofisticada, personagens, contextos, perspectivas. Finais. Também é criar e se agarrar ao mistério.
hahahaha eu amo, não se preocupe!! Só fico meio envergonhada mesmo, nunca sei como reagir a não ser agradecer várias vezes (tive um chefe que dizia que eu sou viciada em dizer obrigada, mas é a única coisa que sei fazer...)
Lendo seu texto e pensando na escrita como oráculo, lembrei de uma situação similar com as minhas páginas matinais. Rolou um drama feio na minha vida no início de 2023, que me virou do avesso. Pela primeira vez fui reler meus cadernos e eu tinha previsto o ocorrido 7 meses antes, quando ele sequer tinha dado sinal de que ia acontecer. Fiquei bolada: como previ e deixei acontecer? O que achei mais curioso na época é pq escrevo as páginas meio acordando, então tem um fluxo quase inconsciente que deságua nas páginas em branco. Adorei suas previsões (em especial a do nome do seu marido). Como a Lis escreveu ali em cima: essa News foi uma oráculo. ❤️
"Como previ e deixei acontecer?"
A minha resposta para isso é que o futuro (e as mudanças) são inevitáveis, Lalai. Por isso é um tanto quanto inútil ver as coisas antes que elas aconteçam, porque nada é capaz de preparar a gente, nada é capaz de frear o acontecimento que já começou a acontecer. Só resta respirar fundo e abraçar a inevitabilidade da vida. Fiquei curiosa para saber mais sobre esse assunto, se quiser escrever sobre isso algum dia na sua newsletter, seria legal :)
Eu escrevi esse texto sobre a experiência em si: https://lalai.substack.com/p/espiral-110-um-brinde-a-amizade. Inicialmente eu contei sobre ter “previsto” o que aconteceria, mas o texto estava naufragado em mágoas. Então trabalhei nele um mês até lapidar o suficiente para conseguir virar a página dessa história. Foi terapêutico, como escrever muitos textos são, mas dei leveza para a versão final, pois a amiga citada lê a Espiral e não queria ter um tom “vingativo”. No fim das contas ela leu, nos afastamos de vez e, recentemente, conseguimos conversar sobre o assunto e estamos tentando ressignificar a amizade. Mas bem de mansinho.
Falando em coincidência, recebi de uma amiga seu texto pois, hoje pela manhã publiquei minha news com o tema: A literatura como oráculo. Texto escrito inspirado na leitura de Savedra, que terminei esta semana. Amo essas sincronicidades que a senhora literatura faz. Me parece que estamos vibrando nas palavras que vão além do que parecem ser....
Sério, Ana?? Que doidera! Me manda o link, quero ler aqui
Demais né. Essas coincidências me intrigam...
https://anamargonato.substack.com/p/a-literatura-como-oraculo-156?utm_campaign=reaction&utm_medium=email&utm_source=substack&utm_content=post
Adorei a noção de escritores serem satélites de seu tempo. A conexão de pontinhos que levam à compreensão de futuros possíveis. Sim! Faz sentido.
Fiquei pensando sobre a glorificação do real e como ela ignora o fato de que não existe uma só realidade, só pontos de vista. No fundo, me parece que a escrita de ficção nos possibilita conhecer outras perspectivas sem aquela pressão de uma verdade única; ela dá liberdade para contarmos qual foi a conclusão que nós tiramos e como achamos que aquilo se desdobrará.
Sempre um prazer te ler.
E é sempre um prazer receber sua leitura e comentários, Pat, obrigada!
Que lindeza de texto, Fabiane. Já sonhei em comentar um texto de newsletter, espero sonhar com quais as melhores palavras pra descrever o que senti nessa leitura...
hahahaha as palavras que vêm nos sonhos são muito poderosas... às vezes enigmáticas, mas dizem muito
Tristezas de estimação é uma newsletter que primeiro eu curto, depois leio o texto.
Nunca errei em fazer isso.
UAU, Raphael, assim você me faz ficar vermelha. Obrigada!!
Amei e, infelizmente, me identifico.
Que sentimento estranho, o de habitar as próprias distopias.
Eu sei que você se identifica hahaha Estamos vivendo nosso assombro particular, miga...
Socorro. Eu me identifiquei também com esse sentimento de ficar se sentindo meio cinza de fumaça. Até escrevi um blues meio gray sobre, rs. Que a literatura e os encontros sigam dando força pra gente <3
que preciosidade de texto! ❤️ eu não sei como é criar enredos ou personagens de romances/contos, mas sei que sou poeta mesmo antes de o ser. e meu eu-lírico me habita desde meu nome. antes: desde a concepção de meu nome. antes: desde a ideia da concepção de meu nome. penso que talvez a literatura (ou a imaginação, na verdade) funcione como oráculo/previsão do que está por vir, justamente porque reflete, tal espelho, o já acontecido. presente-passado-futuro imbricados no que me parece esse "eterno retorno", o oroboros (assim que se escreve?). isso me lembra que mesmo antes de conhecer as ideias de Ailton Krenak (algo que você também trouxe em seu texto em relação às ideias de... Alzandúa? não sei se é assim que se escreve também), eu também já tinha pensado sobre a língua brasileira ser minha mátria.
aliás, achei lindo também você ter "realizado" o encontro com seu marido. lendo os demais comentários, lembrei que eu já sonhei também com algo que se concretizou, por assim dizer.
tenho medo, porém, de chegar a um ponto de acreditar em solipsismo.
Uau! Que texto! Obrigada por compartilhar tantas coisas reais e talvez só quem escreve sabe como é!
Exatamente, é um sentimento compartilhado, o Substack me trouxe muita gente que entende o que eu falo, isso é legal demais
Uauuu!!!! Que texto!!!!
Obrigada, Anna, feliz que gostou