Muito boa reflexão, Fabiane. A única coisa que me questiono é sobre autores não citarem colegas. O que eu mais vejo por aí são autores que citam apenas amigos do seu círculo, gente que faz parte da mesma bolha. Desconfio que, em alguns casos, não é porque gostam dos livros, mas porque gostam de retroalimentar espaços de privilégio do qual eles mesmos fazem parte. Livros que já nascem com resenhas em veículos enormes, antes mesmo de ir para as livrarias. Resenhas escritas por... amigos. À parte isso, concordo e aplaudo tudo o que você falou. A literatura brasileira contemporânea tem muita coisa boa e, como escritores, também temos a missão de fomentar o aumento do público leitor.
Ah, mas isso aí é um fato consumado, uma herança dos tempos das capitanias hereditárias da literatura kkkkkkk As panelinhas existem e existem com força, mas a bolha está crescendo, e o nosso objetivo é furar, ir além. Eu acredito muito no boca a boca, é assim que meu trabalho tem chegado a muito mais gente. Temos que ter fé e continuar trabalhando firme...
Concordo com a Tatiana. Lembro-me de uma entrevista da Conceição Evaristo em que ela diz que frequentava as feiras literárias e era ignorada por colegas que hoje a chamam de amiga. Às vezes, acho que a gente, independente da área, sai da quinta série mas a quinta série não sai da gente. Obrigada por mais essa reflexão de fim de ano, @Fabiane. ❤️
Olá, Fabiane. Concordo totalmente com você. Temos que cada vez mais prestigiar escritores brasileiros contemporâneos. Precisamos também furar nossa própria bolha. Acredito que cada uma de nós, escritoras contemporâneas, que dão murro em ponta de faca diariamente para conseguir mostrar nosso trabalho, nos esforçamos para fazer uma parte, ainda que mínima. Eu falo de escritoras contemporâneas na minha newsletter aqui mesmo na plataforma, chamada "Isso não é coisa de mulherzinha", assim como nas minhas redes sociais, onde leio trechos de livros publicados por autoras contemporâneas. Um pouquinho por dia, a gente vai fazendo uma rede, pequena, porém importante para este trabalho de valorização e divulgação. Beijo.
Estou cada dia mais buscando autores contemporâneos. Acabei de ler um livro chamado O Peito Oco, que é uma delícia, que nem sequer tem no Goodreads. Comprei com a autora em um evento literário. Uma pena a falta de projeção de tanta gente boa. Minha referência é um autor contemporâneo, Luís Fernando Veríssimo, que não é tão contemporâneo assim, mas, ao menos, é alguém vivo. Kkkk
vc já leu "O funeral da baleia" de Lilian Sais? Fui procurar "o peito oco" e achei q a vibe pode ser parecida com esse, q eu amei, inclusive coloquei na minha wishlist esse q vc falou, parece mt legal
Comprei O dia escuro esses dias justamente pra apreciar e aprender. A literatura nacional é linda e de muito cuidado. Precisamos preservar o que é nosso!
é inaceitável o argumento de que não há nada de bom na literatura brasileira contemporânea. tem tanta coisa maravilhosa sendo produzida! concordo que chegar a elas pode ser um caminho árduo (precisamos ter mais meios de publicação), mas - como diz o ditado - quem procura acha (e, como bom brasileiro, não desisto nunca!).
Coisa mais desesperadora é ver esses exemplos que você deu serem repetidos o tempo inteiro. Já testemunhei cada absurdo sair da boca de gente que tá começando (como se eu não estivesse nesse ponto também, mas já faz mais de década que eu não falo muita bobagem do tipo). Me identifiquei demais com a tua frustração hahaha.
Muito interessante o seu ponto. Puxando pela memória aqui, na época em que Camus era editor na Gallimard (meados dos anos 1950, acho) o meio literário francês fervia - todo mundo lia todo mundo, citava todo mundo, quebrava paus homéricos com todo mundo, se casava, traía e casava de novo, tudo dentro do ambiente daquelas pessoas que estavam produzindo naquele momento. Esse interesse, essa curiosidade, é fundamental mesmo. Muito legal o tema do seu post
Eu amooo entrar na Leitura e ir descobrindo autores contemporâneos, vou direto na estante de autores nacionais - foi numa dessas que descobri a Clara Drummond e a Julia Codo - inclusive eu amooo "Você não vai dizer nada" da Julia ♥ Nunca mais fiz isso poisss o mercado não tá ajudando meu bolso de CLT. Concordo com tudinho que você disse, eu amo escrever, estou trabalhando no meu livro e faço questão de comprar contemporâneos, até porque descubro preciosidades!!!
Deixo minhas indicações de alguns que li esse ano e gostei muito: Puro, de Nara Vidal (se vc gosta de contos, o livro dela Mapas para desaparecer também é muito bom); Melhor não contar, de Tatiana Salem Levy; se você gosta de poesia O livro do figo, de Lilian Sais, está disponível na bio do insta dela gratuitamente e tem a versão em áudio por ela mesma e Tudo que já nadei, da Latrux (que tem poemas e textos) ; Sobre a coragem do medo e outras loucuras sãs, de Fabiana Vanz Dias; Caminhando com os mortos, da Micheliny Verunschk é muito bom, também gosto bastante dá poesia dela. Se você gosta de uma coisa mais quebra-cabeça é fragmentada, tem Lia, do Caetano Galindo. Esses lembrei de cara agora. Tem muita coisa boa por aqui!!!
Autores clássicos são os autores que nos obrigam a ler na escola. Dessa obrigação surgem dois tipos de leitor: os traumatizados, que proclamam que leram coisas difíceis e distantes da própria realidade, e os entusiastas clássicos, que proclamam que a literatura brasileira contemporânea não é boa coisa. Tô exagerando, claro, mas tenho certeza que vocês conhecem alguém que está entre essas duas categorias.
Sei que sou exceção, mas ninguém tem nada a perder lendo literatura brasileira contemporânea: como escritora, é uma aula, e como leitora, é um prazer. Inclusive, emprestei alguns livros meus para minha mãe (que só lê, não escreve) e fiquei super feliz que ela não conseguia largar os livros da Claudia Lemes (policial) e da Fernanda Castro (fantasia) — inclusive, recomendo ambas ❤️. Ano que vem, pretendo fazer um esforço maior no sentido de ler mais brasileiras (e brasileiros) contemporâneas, porque se deixamos no automático, lemos as mesmas coisas de sempre.
Muito boa reflexão, Fabiane. A única coisa que me questiono é sobre autores não citarem colegas. O que eu mais vejo por aí são autores que citam apenas amigos do seu círculo, gente que faz parte da mesma bolha. Desconfio que, em alguns casos, não é porque gostam dos livros, mas porque gostam de retroalimentar espaços de privilégio do qual eles mesmos fazem parte. Livros que já nascem com resenhas em veículos enormes, antes mesmo de ir para as livrarias. Resenhas escritas por... amigos. À parte isso, concordo e aplaudo tudo o que você falou. A literatura brasileira contemporânea tem muita coisa boa e, como escritores, também temos a missão de fomentar o aumento do público leitor.
Ah, mas isso aí é um fato consumado, uma herança dos tempos das capitanias hereditárias da literatura kkkkkkk As panelinhas existem e existem com força, mas a bolha está crescendo, e o nosso objetivo é furar, ir além. Eu acredito muito no boca a boca, é assim que meu trabalho tem chegado a muito mais gente. Temos que ter fé e continuar trabalhando firme...
Exatamente, capitanias hereditárias da literatura kkkkk
Concordo com a Tatiana. Lembro-me de uma entrevista da Conceição Evaristo em que ela diz que frequentava as feiras literárias e era ignorada por colegas que hoje a chamam de amiga. Às vezes, acho que a gente, independente da área, sai da quinta série mas a quinta série não sai da gente. Obrigada por mais essa reflexão de fim de ano, @Fabiane. ❤️
Concordo totalmente.
Olá, Fabiane. Concordo totalmente com você. Temos que cada vez mais prestigiar escritores brasileiros contemporâneos. Precisamos também furar nossa própria bolha. Acredito que cada uma de nós, escritoras contemporâneas, que dão murro em ponta de faca diariamente para conseguir mostrar nosso trabalho, nos esforçamos para fazer uma parte, ainda que mínima. Eu falo de escritoras contemporâneas na minha newsletter aqui mesmo na plataforma, chamada "Isso não é coisa de mulherzinha", assim como nas minhas redes sociais, onde leio trechos de livros publicados por autoras contemporâneas. Um pouquinho por dia, a gente vai fazendo uma rede, pequena, porém importante para este trabalho de valorização e divulgação. Beijo.
Estou cada dia mais buscando autores contemporâneos. Acabei de ler um livro chamado O Peito Oco, que é uma delícia, que nem sequer tem no Goodreads. Comprei com a autora em um evento literário. Uma pena a falta de projeção de tanta gente boa. Minha referência é um autor contemporâneo, Luís Fernando Veríssimo, que não é tão contemporâneo assim, mas, ao menos, é alguém vivo. Kkkk
Andrea, leia Três camadas de noite, da Vanessa Barbara. Tem tudo a ver com você e o seu livro, acho que vai gostar.
Adoro as indicações! Realmente há pouca visibilidade para autores contemporâneos...
Show! Obrigada pela dica. Vou procurar. 😘
vc já leu "O funeral da baleia" de Lilian Sais? Fui procurar "o peito oco" e achei q a vibe pode ser parecida com esse, q eu amei, inclusive coloquei na minha wishlist esse q vc falou, parece mt legal
Comprei O dia escuro esses dias justamente pra apreciar e aprender. A literatura nacional é linda e de muito cuidado. Precisamos preservar o que é nosso!
é inaceitável o argumento de que não há nada de bom na literatura brasileira contemporânea. tem tanta coisa maravilhosa sendo produzida! concordo que chegar a elas pode ser um caminho árduo (precisamos ter mais meios de publicação), mas - como diz o ditado - quem procura acha (e, como bom brasileiro, não desisto nunca!).
Coisa mais desesperadora é ver esses exemplos que você deu serem repetidos o tempo inteiro. Já testemunhei cada absurdo sair da boca de gente que tá começando (como se eu não estivesse nesse ponto também, mas já faz mais de década que eu não falo muita bobagem do tipo). Me identifiquei demais com a tua frustração hahaha.
Muito interessante o seu ponto. Puxando pela memória aqui, na época em que Camus era editor na Gallimard (meados dos anos 1950, acho) o meio literário francês fervia - todo mundo lia todo mundo, citava todo mundo, quebrava paus homéricos com todo mundo, se casava, traía e casava de novo, tudo dentro do ambiente daquelas pessoas que estavam produzindo naquele momento. Esse interesse, essa curiosidade, é fundamental mesmo. Muito legal o tema do seu post
Eu amooo entrar na Leitura e ir descobrindo autores contemporâneos, vou direto na estante de autores nacionais - foi numa dessas que descobri a Clara Drummond e a Julia Codo - inclusive eu amooo "Você não vai dizer nada" da Julia ♥ Nunca mais fiz isso poisss o mercado não tá ajudando meu bolso de CLT. Concordo com tudinho que você disse, eu amo escrever, estou trabalhando no meu livro e faço questão de comprar contemporâneos, até porque descubro preciosidades!!!
É o que mais tenho lido, especialmente escritores independentes e que publicam por editoras pequenas
Eu vejo seu trabalho como fundamental, porque além de ler você divulga!! E a gente precisa muito disso...
Adoraria uma lista de obras contemporâneas para ler. Vou buscar também os seus. Não conhecia 🩷
O ideal é procurar dentro de estilos/gêneros que você gosta de ler e escrever. Aqui no meu melhores do ano deixei algumas dicas muito boas: https://fabianeguimaraes.substack.com/p/melhores-leituras-de-2024
Deixo minhas indicações de alguns que li esse ano e gostei muito: Puro, de Nara Vidal (se vc gosta de contos, o livro dela Mapas para desaparecer também é muito bom); Melhor não contar, de Tatiana Salem Levy; se você gosta de poesia O livro do figo, de Lilian Sais, está disponível na bio do insta dela gratuitamente e tem a versão em áudio por ela mesma e Tudo que já nadei, da Latrux (que tem poemas e textos) ; Sobre a coragem do medo e outras loucuras sãs, de Fabiana Vanz Dias; Caminhando com os mortos, da Micheliny Verunschk é muito bom, também gosto bastante dá poesia dela. Se você gosta de uma coisa mais quebra-cabeça é fragmentada, tem Lia, do Caetano Galindo. Esses lembrei de cara agora. Tem muita coisa boa por aqui!!!
Autores clássicos são os autores que nos obrigam a ler na escola. Dessa obrigação surgem dois tipos de leitor: os traumatizados, que proclamam que leram coisas difíceis e distantes da própria realidade, e os entusiastas clássicos, que proclamam que a literatura brasileira contemporânea não é boa coisa. Tô exagerando, claro, mas tenho certeza que vocês conhecem alguém que está entre essas duas categorias.
Ótimo, Fabiane! Tem muitos e muitas escrevendo a nossa literatura que será a base de outros que virão. Abr
um prazerzão te ler este ano, obrigada. espero folgar dinheiros em breve pra conseguir apoiar seu trabalho 💛
Sei que sou exceção, mas ninguém tem nada a perder lendo literatura brasileira contemporânea: como escritora, é uma aula, e como leitora, é um prazer. Inclusive, emprestei alguns livros meus para minha mãe (que só lê, não escreve) e fiquei super feliz que ela não conseguia largar os livros da Claudia Lemes (policial) e da Fernanda Castro (fantasia) — inclusive, recomendo ambas ❤️. Ano que vem, pretendo fazer um esforço maior no sentido de ler mais brasileiras (e brasileiros) contemporâneas, porque se deixamos no automático, lemos as mesmas coisas de sempre.